Criar uma associação de pais de crianças especiais, para mim era mais que um sonho era uma necessidade.
Ter um filho especial não é um bicho de sete cabeças, não é um sofrimento, como muitos pensam. Encontro sim muitas dificuldades, porque aqui no município não tem um tratamento que realmente irá ajuda-lo. O meu filho faz fisioterapia duas vezes na semana particular e custa caro, vamos uma vez por semana para AACD, é cansativo, mas o retorno é compensador, ele ganha muito com essas viagens e eu também aprendo muito.
Depois do "luto", resolvi ir a luta, foi então que começou a caminhada pra ajudar o meu filho. Encontrei muita má vontade e falta de informação. Muitas vezes sai de casa para leva-lo à fisioterapia para não fazer "nada", isso me deixava muito triste, cansada e sem esperanças. Quando ficamos uma temporada em Caraguá, mudamos todas as terapias para lá, mais uma vez eu senti que poderia ser oferecido mais a ele. Terminando a faculdade, voltamos para a Ilha, e as coisas não mudaram muito na rede, o que ajudava o Victor era a fisioterapia que ele fazia particular. Eu não pago fisioterapia particular porque eu posso, é porque ele precisa. Mas eu me sentia mal, porque eu sabia ele precisava de mais, porém eu não podia pagar mais terapias além daquelas que ele já fazia. Foi quando a AACD nos deu uma oportunidade! É não é só a estrutura que ele têm que faz a diferença, é a vontade, e o acreditar na criança. O Victor não sabia se comunicar, estava sendo posicionado errado, não tinha um acompanhamento adequado. Vi um mundo de possibilidades para ele. Vi meu filho se desenvolvendo por completo pela primeira vez, porque eles não trabalham apenas o motor, o físico, também o psicológico e o cognitivo. E a introdução de uma comunicação fez toda a diferença para nós. Meu filho provavelmete não irá falar, mas ele poder utilizar da comunicação alternativa para se comunicar, o que é algo extraordinário!
Com tantas oportunidades surgindo para o meu filho, eu pensava nas outras crianças que nunca teriam a chance de serem"apresentadas" a estas possibilidades... Crianças que eu adoro, e que tem potencial para se desenvolver mais, crianças com o cognitivo preservado, porém que não é explorado... mães sem informações, sem saber como lidar com filho, acreditando que era daquele jeito e não tinha o que fazer. Chegou a um ponto de uma mãe ter que pedir a uma terapeuta ocupacional preescrever um abdutor de polegar porque a crianças precisava, porém os terapeutas não tinham iniciativa alguma. Eu li muito sobre paralisia cerebral, estimulações, medicamentos e assim percebi que têm muito mais a se oferecidos para as crianças. Mas eu acredito, até poque é preciso acreditar em algo, eu acredito no desenvolvimento das crianças, acredito um dia no envolvimento da sociedade. E a associação é uma porta direncionada para a oportunidade de dessenvolvimento para nossas crianças, porque infelizmente o municipio hoje não consegue atender bem todas as crianças, e podemos aceitar tudo do jeito que está, ou podemos mudar, por acreditar. E junto com outras mães e pais que sentiam essa mesma necessidade: criamos a Associação DesEnvolver.
Queremos ter um centro de reabilitação, o caminho é longo e cansativo, porém estamos unidos e a causa é grandiosa. Já contamos com alguns parceiros e fisioterapeutas (escolhidos a dedo), e estamos muitos felizes em terminar o ano com essas conquistas e estamos animados para começar o ano com muitas expectativas BOAS!
Já tem uns dois meses que o grupo se encontra para discutir sobre a associação, mas este fim de semana foi diferente, o encontro foi com os fisioterapeutas para avaliação das crianças, e foi maravilhoso!
Um sonho se concretizando, uma oportunidade surgindo, um caminho se abrindo....
Tudo gente boa!
Que coisa maravilhosa!
ResponderExcluirQdo uma mãe e/ou um pai acredita no potencial do seu filho, ainda que todos ou tudo diga que ele não pode, que ele não vai conseguir, já se tem uma grande vitória, já se tem meio caminho andado.
Parabéns pela iniciativa!
um beijinho no Victor.