domingo, 12 de fevereiro de 2012

Transfer e as mudanças



Por volta dos 6 meses o Victor começou a dar passinhos, inicialmente involuntários, e não me lembro ao certo quando se tornaram voluntários, só sei que me lembro que ele sempre adoro essa sensação de "andar", eu segurava em seu corpinho e lá ia ele todo feliz explorando o ambiente, ele sempre direciona com o olhar para onde ir, e se eu tentanva direcioná-lo para um rumo diferente, ele parava na hora contorcendo o corpo para a direção desejada.

Em novembro de 2010 conhecemos o transfer na AACD, um andador para as crianças que não tem controle de tronco, mas que tem a marcha, seja voluntária ou não. Porém o andador era grande para ele, e seus pezinhos não alcançavam o chão, mas deu para perceber que ele entendeu como funcionava, e mesmo com os pezinhos no ar ele tentava se locomover. Passaram alguns meses, e tentamos outra vez, e deu certo, e desse momento nunca vou esquecer: seus olhinhos brilhando e um sorriso admirado e surpreso ao percerber que ele podia se locomover sozinho, ele olhava para mim compartilhando aquela alegria, e olhava tudo em volta como se fosse a primeira vez, na verdade era a primeira vez que ele olhava com os seus olhos, na sua altura, sem ter ninguém para segurá-lo.

Nos meses seguintes ele treinava toda semana na AACD com o transfer, a vontade de ter um em casa era grande, mas o seu preço, como todo equipamento para portadores de necessidades especiais era caro. Vaquinha entre a família, dinheiro arrecado, compra feita e 45 dias de espera para a entrega do tão esperado andador. Esses dias foram contados um a um, e quando chegamos em casa com o transfer, O Victor olhava sorrindo para o transfer e pedia com seus "uhs" para colocarmos ele, pedido feito, pedido atendido, e lá foi ele andando pela casa e esbarrando nos móveis. À partir o transfer tem q ficar escondido, por se ele vê, ele pede para ir e não sossega, quer ficar o dia todo no andador.

E as mudanças?

Ele teve uma pequena melhora no controle do pescoço, mas a grande mudança foi no desenvolvimento do seu comportamento psicologico e.cognitivo. Com a "independência" se tornou mais seguro, já não chora se ficar sozinho. No início ele só queria andar, pra lá e pra cá, hoje ele tenta explorar o ambiente, dentro das condições oferecidas pelo andador, como o transfer tem uma estruta grande não permite abrir  as portas dos armários da cozinha, ele adora xeretar nas panelas, já peguei ele tentanto abrir uma porta, mas quando puxava com toda a sua dificuldade, não abria porque esbarrava na estrutura do andador, como também já peguei ele puxando a toalha da mesa para pegar um brinquedo que estava em cima, essas pequenas traquinagens me surpreende e me enche de alegria, por ele tentar fazer e ter essa idéia de fazer. As crianças "comuns" se desenvolvem explorando o ambiente, e com a ajuda do andador o Victor também está tendo essa oportunidade.


4 comentários:

  1. Todo dia eu passava por aqui pra saber notícias do Victor...
    fiquei muito feliz ao vê-lo no transfer e por ele ter a oportunidade de viver o q/ as outras crianças vivem e poder ter sensações novas e boas.
    É isso aí, pequeno grande menino, o espaço é todo seu, aproveite bastante! rs
    Beijinhos carinhosos

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  2. O Transfer foi desenvolvido durante 2 anos, de 1990-1992. Foi um longo percurso. Talvez seja um dos nossos equipamentos mais importantes, e mais queridos, sabemos que com ele muitas crianças que nunca poderiam andar, podem com equipamento, até melhorar a marcha. E mais do que isso integrar-se, sentir empoderamento. O emocional e o cognitivo são muito fortalecidos a partir de então. Desde que sejam acompanhados por profissionais e que utilizem corretamente o equipamento - que deve ser regulado a cada 6 meses - e que protejam os pés com órteses. Em função da produção que ainda na ordem de 10 ( quem acredita em linha de produção de 10 equipamentos?) o preço ainda é sim caro. Nós sabemos. Temos lutado muito para conseguir aumentar a quantidade de produção, o que abaixaria o preço, mas a Expansão, tem essa característica, de ser cuidadosa, de só vender o equipamento para quem de fato irá se beneficiar, não fazemos propaganda, e infelizmente não vendemos como a maioria dos fabricantes de cadeiras de rodas para o governo. Então nossas quantidades são baixas. O governo não entende a importância do ficar de pé, do andar. Mas estamos lutando, tentando sempre mudar essa realiadade. Obrigada por partilhar sua experiência aqui no site, o que ajudará a outros pais, perceberem que é possível, quando a criança tem intenção de marcha, que ele possa ser independente com um produto assistivo. Estaremos sempre a sua disposição. Abraço enorme. Gisleine Martin Philot (criadora do Transfer), terapeuta ocupacional.

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  3. Deus seja louvado. Que meu menino também ande com esse aparelho. É o que mais queremos.O CRER nos apresentou esta possibilidade. vamos atrás.
    Magda Selma- De Araguaína- Tocantins

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  4. Onde vc conseguiu esse andador como faço para comprar por favor entre em contato cimigo 54 96538726 whatts

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